sábado, 18 de julho de 2009

MEG, de Steve Alten


Ok, ok, já analisamos muitos livros com histórias clássicas de autores consagrados, tomos obscuros de artistas injustiçados e outras coisas do tipo. Já está na hora de deixar a seriedade um pouco de lado e falar sobre livros mais descompromissados ou, como gosto de definir, os "Trash-Books".

MEG, de Steve Alten, é aquela típica história de "animal gigante assassino" que faz a alegria de tantos amantes do horror. A trama é marítima, porém, ao invés de fazer uso do corriqueiro tubarão branco (do famoso livro Tubarão, que inspirou o clássico filme de Steven Spielberg) ou outro de seus parentes menos encorpados, Steve Alten escreve sobre a maior espécie de tubarão que já existiu nesse planeta: o Megalodon! Com um comprimento estimado entre 15 a 20 metros, esse monstro viveu entre 20 a 1,5 milhões de anos atrás, ou seja, talvez tenha contemporâneo dos primeiros seres humanos (e chega de curiosidades científicas, que aqui não é lugar para isso. Quem quiser saber mais sobre o bichinho e também ver umas ilustrações legais sobre ele, é só verificar o post que fiz sobre o Megalodon no blog O Trem Fantasma).

Vamos à história: após um desastre ocorrido durante um mergulho na Fossa das Marianas (o ponto mais profundo do oceano) o cientista Jonas Taylor é resgatado como o único sobrevivente da missão. Ao relatar que o submarino foi atacado por um tubarão gigante, o pobre-coitado (o cientista, não o tubarão) cai em descrédito. Porém, ele precisa enfrentar o passado e voltar até o local do incidente, onde algo ainda mais catastrófico irá acontecer!

Bem clichê, não? Sim, com certeza, mas ainda assim, divertidíssimo! Sabem aqueles filmes de monstros que a gente assiste, dá umas risadas, leva alguns sustos e esquece meia-hora depois que acabou? MEG é a versão impressa dessas películas deliciosas; apesar da trama ser estapafúrdia, os detalhes técnicos e biológicos são detalhados com apuro (algo bem típico de filmes trash, que sempre se levam a sério); os personagens são clichês, as cenas de ação são exageradas ao máximo (você vai ver o Megalodon matando uma baleia, perseguindo um surfista entre ondas gigantes, afundando dezenas de barcos, etc) e alguns erros crassos são escritos na maior cara de pau (na introdução do livro, que se passa há 70 milhões de anos atrás, vemos um Megalodon atacando um Tiranossauro Rex, sendo que as duas espécies nunca foram contemporâneas!!!).

Enfim, se o escritor não soubesse levar a história da forma adequada, isso tudo seria um desastre; porém, a escrita empolgante e leve de Steve Alten dá aquele clima de filme dos anos 80, as cenas de ação e sangueira convencem e até os personagens são divertidos. Aliás, algo que achei muitíssimo interessante no livro foi a forma encontrada para justificar a existência do Megalodon nos dias atuais; não dá pra explicar, só lendo pra entender, mas uma coisa eu afirmo: é genial! E a maneira que o monstro escapa das profundezas para águas menos profundas é simplesmente fantástica!

Mas é claro, é uma história besta e alguns detalhes quase estragam a experiência. O pior de tudo é o clímax, tão absurdo que chega a destoar do restante da história (que seguia num absurdo mais aceitável e padronizado), mas não importa: no final das contas, MEG é entretenimento puro para aqueles que gostam de histórias de animais gigantes homicidas (ou seja, para aqueles que possuem o senso de humor adequado). Não é a toa que há um projeto para transformar o livro em filme (o roteiro já passou pelas mãos de Jan de Bont e Guillermo del Toro), que ainda está meio estacionado. Vamos torcer para que se concretize algum dia.

Ah, aqui vai o detalhe realmente embaçado para aqueles que se interessaram pela obra: o livro não foi publicado aqui no Brasil, porém é possível encontrar a tradução feita em Portugal, da editora Círculo de Leitores. Sim, sim, o livro está no português de Portugal, mas não tem problema, não é tãããooo diferente assim. Só um detalhezinho ou outro, ora pois! Rsrsrs.

E é isso. Abraços!

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